De acordo com o portal “Não se cale” do Governo do Estado, após a implantação das medidas de isolamento social, Mato Grosso do Sul apresentou uma queda de 13% nas denúncias de violência doméstica. No entanto, esse decréscimo pode não ser tão bom quanto parece, conforme avalia a Sociedade Psicanalítica de Mato Grosso do Sul (SPMS).
Segundo a presidente da SPMS, Cátia Codorniz, a vítima da violência doméstica costuma inconscientemente desenvolver uma baixa autoestima, aliada a uma dependência psicológica pelo agressor, fatos que são realçados em momentos de dificuldade. “Diante de uma situação como esta, vivida nesta pandemia, pode haver um grande medo de não conseguir sobreviver sem a presença do outro e até a fantasia de que poderá haver a morte de alguém caso ocorra um rompimento”.
Além da dificuldade psicológica, a vítima também passa a ter menos meios para denunciar, já que os agressores passaram a ficar mais tempo em casa. E essa convivência maior pode realçar a atitude violenta, transformando em um ciclo vicioso.
Do ponto de vista psicológico o agressor pode ser analisado como alguém capaz de ser impactado pelas medidas de distanciamento social, tendo em vista que apesar de parte da população encarar o isolamento como uma oportunidade de se reinventar e estreitar laços familiares, também há aqueles que encaram como uma privação insustentável. “O convívio mais intenso com a família pode intensificar conflitos já existentes antes da pandemia, mas que eram contornados com as rotinas antigas”. afirma Cátia.
A Presidente da SPMS declara que a terapia familiar, de casal ou a individual é o meio necessário para poder romper de fato com esta forma de se relacionar, possibilitando uma vida melhor para ambos.
Ariadne Carvalho – Abaetê Comunicação